Vida Ganha: donos de quiosques e floristas contam que iniciantes faturam até R$ 15 mil por mês no ramo

Bruno Sena, de 31 anos, conta que há espaço para todos nesse ramo. Foto: Thiago Lontra / Agência O Globo

 

Não é só Bento, personagem do ator Marcos Pigossi na novela das sete, “Sangue bom”, que está se dando bem com a venda de flores. Apesar de concorrer com outros quatro quiosques de flores no Largo do Machado, na Zona Sul do Rio, Bruno Sena, de 31 anos, conta que há espaço para todos. E está certo. Com um investimento inicial que pode variar entre R$ 20 mil e R$ 30 mil, um florista pode faturar, inicialmente cerca de R$ 15 mil por mês. Isso sem contar a data de hoje, Dia das Mães, reconhecida como a número 1 em faturamento para o setor.

— Nessa época, chego a faturar três vezes mais. É o melhor movimento registrado no ano — explica Sena.

O Dia dos Namorados fica em segundo lugar, e o Dia Internacional da Mulher, em terceiro. Curiosamente, lojistas contam que, há cinco anos, o movimento no dia dedicado às mulheres era inexpressivo.

Ali perto, no Flamengo, Danielle Lopez, de 38 anos, que está na área há nove anos e dá a dica. Para aumentar os lucros, ela faz jardins e vende plantas para os condomínios da região.

— Isso representa cerca de 50% do meu faturamento. Mas é difícil ter que carregar sacos de terra e vasos — diz.

Danielle conta que chegou a decorar igrejas para casamentos, teve um bom retorno financeiro, mas decidiu parar, porque ficava muito aflita com a execução dos eventos.

José Pedro Alves, de 53 anos, proprietário de um quiosque no Leme há 19, diz que os comerciantes desse segmento devem ficar de olho na concorrência com os supermercados:

— Eles vendem flores e atrapalham nosso negócio. O preço é desleal, porque compram muito mais barato.

Iones Tristão decidiu afixar um aviso na loja para evitar trocas indesejadas. Foto: Thiago Lontra / Agência O Globo

 

Histórias de quem vive cercada de beleza

Florista há 15 anos na Praça do Carmo, na Penha, na Zona Norte do Rio, Iones Tristão, de 56 anos, faz o que ama e se diverte ao contar as situações inusitadas pelas quais já passou.

— Um cliente veio trocar um buquê de flores depois de três dias. Ele queria arrumar briga, mas o convenci e evitei a troca — conta.

Após esse dia, ela decidiu afixar uma placa no quiosque, explicando que flores naturais murcham e que trocas não são aceitas.

— Quem quer flores eternas deve comprar as artificiais — afirma.

Apesar de ficar até três dias sem dormir para preparar arranjos, ela diz que o lucro é certo.

— Num dia, faturo entre R$ 15 mil e 20 mil.

 

Foto: Thiago Lontra / Agência O Globo

 

 

Abra o seu negócio

Pontapé inicial

Quem pretende investir e abrir o próprio quiosque deve recorrer à Secretaria Especial de Ordem Pública (Seop). A Prefeitura do Rio é quem avalia se deve ou não conceder a licença para determinada região. Na Zona Sul, por exemplo, a prefeitura não concede mais licenças por entender que não existem mais locais apropriados.

Potencial

Para as outras regiões da cidade, o processo consiste em apresentar a documentação específica na Inspetoria Regional de Licenciamento e Fiscalização (IRFL). Acesse o site e confira a lista em www0.rio.rj.gov.br/clf/inspetorias.php.

Documentação

É preciso ter cópias de identidade e CPF; comprovante de residência; croqui da localização do módulo ou do quiosque em papel vegetal e tamanho ofício, apresentando as dimensões dos equipamentos, a largura da calçada e a distância da esquina mais próxima onde se pretende instalar; e duas cópias da planta. Depois disso, é feita uma avaliação técnica na Coordenadoria de Licenciamento e Fiscalização (CLF).

Concessão

Caso os requisitos sejam cumpridos, o processo é encaminhado para a Fundação Parques e Jardins (quiosque em praça) e/ou para a subprefeitura da área (em outro local). Após a análise, se a avaliação for positiva, o processo retorna para a CLF para concessão da autorização. A Seop não divulgou o tempo de espera.

‘Flores morrem, mas plantas permanecem’

Bruno Marques Sena, de 31 anos, tem quiosque há 3 anos no Largo do Machado e diz que adora trabalhar com flores.

— Em janeiro e fevereiro, o movimento cai, mas dá para viver bem. Penso que as flores morrem, mas as plantas permanecem, quando cuidadas. Por exemplo, mesmo se o relacionamento amoroso terminar, a planta continuará lá, como uma lembrança. Isso pode ser bom ou ruim. Aqui, a que mais vendemos é a begônia — conta.

 

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