Com a pressao sobre os produtores de flores, para as pequenas propriedades, a opção de conciliar a produção com o turismo rural é uma alternativa real e que pode salvar o negocio.
Vejam que materia bacana do Rancho Parana de Brasilia
O paranaense Francisco Jakubowski de Carvalho é filho de Francisco José e Prakceda, irmão de Márcia Rosely e Rosany Cristina, marido de Eunice Maria, pai de Camilla, Daniela e Francisco Filho, e cunhado de Sandro Lopes Carneiro. Em família, eles oferecem ao mercado brasiliense flores e folhagens que enfeitam ambientes e alegram vidas.
Mas nem tudo são flores na microempresa familiar, instalada na mesma área desde que a família chegou a Brasília, vinda do Sul, em 1967, o Rancho Paraná Agroturismo, localizado no Incra 6, em Brazlândia.
Eles também oferecem um restaurante rural de comida caseira, turismo ecológico e um pesque-pague ao público formado por escolas, famílias e empresas em busca de espaços diferenciados para reuniões e convenções. “Recebemos grupos de embaixadas e de instituições como a Embrapa, que utilizam os espaços de nossa chácara para seus encontros”, diz o empresário.
Já a vitrine para as flores e folhagens fica na Central Flores, na Ceasa, associação fundada também por Francisco Jakubowski de Carvalho, em 2001, com o apoio do Sebrae no DF, que era parceiro de sua empresa desde 1998, quando a família decidiu investir no turismo rural. Na Central, ele expõe e vende flores tropicais, como helicônia, bastão do imperador, alpinia, antúrio e zingiber; e folhagens, como dracena, cordyline, pittosporum, murta e xanadu.
A história das flores na família nasceu da insistência da matriarca, Prakceda Jakubowski de Carvalho. Depois de passar pela horticultura, pela fruticultura, pelo gado de leite e pelo gado de corte, os empreendedores se renderam às flores em 1994. “Minha mãe ganhou três mudas de angélica de uma amiga que tinha um viveiro. Ela gostava do perfume dessa flor desde pequena. Multiplicou as mudas que ganhou e transformou-as em 42 mil pés. Foi assim que quebrou minha resistência e eu passei a acreditar na força da floricultura. Com o tempo, descobrimos que quanto maior o mix de plantas, melhor é”, lembra o empresário.
Hoje, nos 14 hectares do Rancho Paraná, há 3 hectares dedicados a reflorestamento e proteção do lago e de 8 a 9 hectares cobertos de plantas e folhas, entremeados por frutos. “Misturamos flores e frutas porque a natureza é assim e quanto mais próximos ficamos dos arranjos naturais, melhor é a plantação e mais se conserva o solo”, explica o produtor. Assim, a família, somada a dez funcionários, planta, colhe, vende e faz decoração com seus produtos. “Trazíamos professores de arte floral para qualificar funcionários de floriculturas, na intenção de que trabalhassem melhor com nossos produtos. Um dia, resolvemos aprender a fazer a decoração e, hoje, eu e mais duas pessoas da família somos membros da Academia Brasileira de Artistas Florais”, completa.
Na caminhada construída ao lado do Sebrae no DF, ele soma participações no Empretec e em vários outros cursos, além de feiras, missões e palestras – algumas delas ministradas no próprio rancho para grupos de empresários locais. “O Sebrae no DF é o grande responsável pela qualificação na gestão, na produção e no atendimento que a minha empresa tem hoje. É nosso maior apoiador no rancho e na Central Flores, que tem 27 boxes para comercialização e atende desde clientes domésticos até decoradores e grandes empresas”, afirma Francisco Jakubowski de Carvalho, presidente da Central Flores.
No trabalho contínuo que o Sebrae no DF desenvolve com os produtores associados da Central, que nasceu do Sindicato dos Produtores Rurais, há cursos, caravanas, consultorias e assistência técnica dedicada a cada um dos agricultores. “O Sebrae deu o empurrão para que víssemos que existia um caminho a seguir para atingir um mercado para o qual havia demanda”, afirma Carvalho. “Hoje, os maiores produtores de flores do DF estão na Central Flores, muitos deles já vendendo para outros Estados”, completa.
Os planos da Central são de crescimento. “Queremos, agora, técnicos que assessorem os produtores na ampliação do leque de espécies que oferecemos. Precisamos de um campo experimental, onde possamos testar e iniciar outras produções. Temos o melhor copo-de-leite do país. Nossa coloração de flor tropical é diferenciada, pelo nosso bioma único e muito rico. Agora, queremos mais”, resume Francisco Jakubowski de Carvalho.