FLORES SOBRE RODAS

A onda dos negócios móveis, que teve início com os food trucks, chegou a outros ramos do mercado. Carregadas de rosas, suculentas e arranjos florais, charmosas floriculturas circulam pelas cidades atraindo olhares por onde passam. Por consequência, ainda levam uma dose de charme às ruas de grandes centros urbanos

Fusca verde com arranjos de flores da Florista Viajante (Foto: Divulgação)

Seja de carro, de Kombi, seja de bicicleta, a ideia de fazer um negócio funcionar sobre rodas tem atraído os olhares de muitos novos empreendedores em busca de uma forma inovadora e simpática de trabalhar. Para André Spinola, diretor nacional de negócios do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Sebrae, a tendência atual de utilizar o espaço urbano tem muito a ver com o sucesso das empresas móveis. “As pessoas querem, cada vez mais, ir para as ruas e sair da rotina. Atualmente, a sociedade consome dessa forma e gosta desse estilo de consumo livre.”

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Segundo ele, o maior atrativo de um negócio móvel é a comodidade da clientela em ter os produtos chegando até ela. Além disso, o diretor ressalta a questão de o custo de montagem ser mais baixo do que o necessário para a execução de um plano de empresa fixa. “Justamente pelo fato de as barreiras de entrada no mercado e de execução serem menores, é preciso ter uma gestão adequada. O sucesso vem rápido, e o insucesso também.”

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E para quem pensou que a mania das rodinhas ia parar nos famosos food trucks, aí vai uma novidade. A iniciativa despertou o interesse de empreendedores com as mais variadas ofertas de produtos, dentre eles, floristas, que hoje apostam em carrinhos charmosos para mostrar seus arranjos. André justifica a variedade dos negócios levando em conta a versatilidade desse estilo: “Seja qual for o tipo de atividade, é interessante poder mudar sempre o ponto de venda, fazer inúmeras parcerias e fugir do óbvio. Dessa forma, os empreendimentos móveis se tornaram, também,um tipo de ação cultural”.

Florista Cristiana Prante (Foto: Divulgação)

FLORISTA VIAJANTE
Rodeada por flores desde pequena, a designer Cristiana Prante largou os arranjos para festas que fazia com a mãe para se aventurar em Holambra, SP, a Capital Nacional das Flores. Cristiana concluiu todos os módulos da Escola de Arte Floral. Com o diploma na mão, retornou a Curitiba, PR, e iniciou sua nova jornada. Horácio, um Fusca que está na família há 29 anos, foi reformado para virar seu “escritório”, também conhecido como Florista Viajante. Atualmente, a antiguidade acompanha a designer por bazares, feiras e eventos em Curitiba, onde ela expõe e vende seus arranjos. À frente de seu próprio negócio, Cristiana inova o estoque vendido no Fusquinha. “Sou dona da minha marca, frequento lugares diferentes e, por consequência, conheço muita gente. Busco novidades para atender a essa demanda variada”, afirma a florista, que hoje comercializa também ecobags, aventais e vasos de cerâmica pintados com exclusividade. Entre assinaturas florais, eventos, encomendas e exposições, sua ocupação vai de vento em popa. “Tenho certeza de que vou mexer com flores para o resto de minha vida.”

Gabriela Cardia, da Florinda Flor (Foto: Divulgação)
Bicicleta com cesto de flores da Florinda Flor (Foto: Divulgação)

FLORINDA  FLOR
Gabriela Cardia começou a vida profissional no ramo da gastronomia. Mas também passou pelas artes plásticas antes de aceitar um estágio na floricultura de uma conhecida da família, onde adquiriu conhecimento e deixou florescer sua paixão pela área. Há cinco anos, a florista elabora, em um pequeno ateliê dentro da própria casa, criações florais para mostrar mundo afora. A atitude de comercializar seus arranjos em uma bicicleta veio para concretizar sua crença de que a relação de proximidade com os consumidores é importante. “O mercado de flor é diferente. As pessoas querem algo a mais, querem ter uma hortinha em casa e conversar sobre isso.” Foi com base nessa constatação que Gabriela pensou em cada detalhe de sua bike, feita sob medida e criada com exclusividade, em parceria com um estúdio de design. Atualmente, sua rotina é pedalar pelas ruas da capital paulista mostrando seu talento com arranjos florais, vasinhos de coleção própria e terrários de suculentas e cactos.

Perua amarela com flores, Studio Lily (Foto: Divulgação)

STUDIO LILY
O empreendimento do publicitário Leonardo Nicolai e da estilista Gabriela Heringer nasceu de forma inusitada. Em 2012, o casal planejava entrar na igreja, e a desistência da decoradora responsável pela cerimônia despertou na noiva a vontade de fazer tudo com as próprias mãos. A decoração de Gabriela fez sucesso e, depois que um programa de televisão mostrou cada detalhe escolhido por ela, o casal passou a receber pedidos de encomendas na capital fluminense. Foi assim que a paixão pelas flores, até então adormecida, virou negócio. A Kombi, garimpada em Nova Friburgo, no interior do Rio de Janeiro, ganhou o nome de Lily e passou por um processo de reforma com novos toldos, cortinas e pintura. Hoje em dia, o Studio Lily serve de cenário para outras cerimônias de casamento, onde o casal elabora brindes e lembrancinhas para os convidados. Quando não está celebrando o amor, Lily passeia pelas ruas do Rio de Janeiro comercializando vasinhos e arranjos com espécies selecionadas pelo casal. Para Leonardo, a transição da publicidade para a administração de empresas foi natural. “Trabalhei em agências e também já fui fotógrafo. Para mim, a natureza sempre foi algo inspirador.”

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