DESINTERMEDIACAO NO MERCADO DE FLORES
O conceito moderno de marketing diz que as lojas não devem se preocupar em fornecer produtos e sim soluções. Isso quer dizer que temos que pensar em coisas como:
- Mapeamento da experiência de compra, levantamento de pontos de dor do consumidor e construção de uma proposta de valor (que é uma forma de atacar os pontos de dor do consumidor)
- Presença digital – que é um caminho diferente de montar-se um ecommerce, onde buscamos fixar um relacionamento interativo, com fornecimento de conteúdo (moedas digitais), identificação de opiniões e geração de avaliação de ideias, para a partir daí, construir uma conexão e finalmente a conversão em vendas.
- Finalmente, precisam de um painel de gestão que permita uma visão adequada sobre os investimentos que fazemos (onde estamos usando o dinheiro da empresa) e como podemos dar mais impacto a esses desembolsos.
Muito bem, acontece que com a saturação dos mercados, excesso de oferta, a venda de balcão (quando feita isoladamente) sofrera cada vez mais a pressão de concorrentes (tanto os canais de massa quanto os inovadores).
Em tempos de crise a linha geral é caminhar para produtos “peludos”(agregar valor ao que se oferece hoje) ou produtos “pelados”(passar parte do processo para o consumidor e com isso reduzir o preço de venda).
E certo que a melhoria da gestão e dos processos sempre permite ganhos e não deve ser negligenciada. Esse [e um erro comum em tempos de crise – na busca de melhoria de resultados financeiros negligenciamos como a entrega tem sido feita, e assim, ao invés de conquistar clientes, cada venda cria um novo insatisfeito. Para atacar nessa frente os programas de qualidade são a saída mais indicada.
Bom, voltando a questão da desintermediação, achei esses dias uma notícia de que, de janeiro a marco desse ano, a venda de vestidos de noiva pela internet aumentou 140% em comparação com o mesmo período do ano passado. O levantamento foi realizado pelo site Mercado livre.
Efeito similar aconteceu também com a venda de alianças, convites e outros produtos ligados. Verifica-se nos sites especializados grandes melhorias na busca de um atendimento customizado (tabelas de medidas, tecidos, imagens detalhadas), o que aumenta a confiança do consumidor nas compras desses produtos via internet (o que lhe beneficia também em termos processo de compra e em preço final).
Isso significa que o modelo de negócio está mudando, em todas as áreas, e a desintermediação, com empoderamento do consumidor e com um novo papel para as lojas (que passam a ser consultores de consumo ao invés de fornecedores de produtos), já é uma realidade.
Alem disso, já vi casos no EUA onde a própria decoração com flores pode ser comprada no supermercado… Você vai até o supermercado, escolhe o que vai querer (centros de mesa, arranjos de altar, buque, arranjos para bancos, etc) e retira em alguns dias. O trabalho de fixação fica a cargo do consumidor, porém, o custo final chega a ser 60% menor que uma decoração normal!
Esses modelos vão aguçar muitos agentes do mercado e vão deixar menos claras as áreas de atuação de produtores, atacadistas, floristas decoradores, de lojas de decoração e mesmo de buffets.
Seu negócio está preparado para isso? Que tipo de futuro você está construindo para sua loja?
A maior parte dos floristas tem seguido uma linha tradicional de reação. Primeiro vem a redução de equipe. Depois a mudança de ponto comercial e por fim o fechamento das portas e a mudança para o trabalho autônomo….
Esse não é um caminho errado, pois temos que reagir da melhor maneira possível para preservar nossa sustentabilidade econômica, mas o que quero mostrar é que existem outras possibilidades, e para acha-las temos que ter foco nos 3 itens que listei logo no início desse artigo.
Para quem quiser ajuda, tenho trabalhado em algumas frentes:
- Oficina de Design Thinking para aprendizado sobre como construir propostas de valor
- Montagem de plano de negócios, para avaliar a viabilidade de investimentos
- Alimentação de fan page, para criação de fidelização de audiência
- Software de gestão de loja (para saber onde estamos usando o dinheiro e como podemos dar mais impacto a nossos recursos)
Augusto Aki – consultor de foco no